13 janeiro 2012

Identidade Propria em Formação

   Interessante como cada pais possui uma identidade propria, sempre existe uma peculiaridade de caráter singular  de cada região, seja através da musica, artes visuais, cênicas, artesanato, de caráter natural de entorno, cultural ou de sociedade, que pode, e quando bem sucedido, deve, influenciar na Arquitetura. No entanto, nos reparamos com uma serie de países muito novos, que acabam de se formar, ou por ventura deixaram de ser colonia. A primeiro olhar, parecem países sem uma identidade propria, o que abriria novas possibilidades arquitetônicas, mas, tratam-se de países em formação.
Igreja do Bonfim, exemplo colonial.
    Países colonos tendem a buscar referencias muito mais nos países "matriz" do que em suas raízes, nas suas culturas antecessoras. O aspecto cultural no entanto, e pouco rejeitado, e tende a sutilmente influenciar a Arquitetura matriz, criando uma diferente concepção da mesma Arquitetura. O colonial e um excelente exemplo disso, e claramente da corrente classica, barroco, mas executada e concebida muito diferente.
   Isso nao acontece com os paises que surgiram de uma recente divisao, estes possuem uma linguagem e caracteristicas muito fortes, as quais estao dispostos a lutar por. A dificuldade nestes paises, e um panorama para o futuro.
    O importante, e que a Arquitetura e diversa sempre, a "monotemia" nao existe. A Arquitetura de um continente nao influencia um pais, que influencia um estado, por seguinte uma cidade, um bairro.  
As ocas brasileiras, exemplo de Arquitetura da terra.
   O que estou oferecendo como remedio? Um retrocesso? Nao, mas, uma  breve olhada para saber como realmente progredir a gerar a propria marca de um grupo/pais. Como gerar, ou gerir a sua marca, pois existem vestigios no passado, que devem ser reavaliados. 
    O que parece um retrocesso, muitas vezes e um passo a frente em seu contexto regional. Um Arquitetura da "terra" se adequa muito mais ao entorno do que uma Arquitetura importada se adapta a uma cultura local.
                                         Marco A Zoch

27 dezembro 2011

Pensar Coletivo, o Pensar Cooperativo

   Hoje muitos acreditam estarmos andando na direção correta, se projetam habitações sociais com o intuito de se sentirem pessoas melhores, quando na verdade não passa de uma atitude remanejadora, creem estar resolvendo um problema, que resolvem de forma desumana, tratam pessoas como lixo.
Coleta Seletiva, separando ou segregando, qual é o limite?
    No seu tradicional comodismo mundano, se sentem responsáveis por jogar seu lixo de maneira seletiva, orgânico, papel, plástico,vidro e metal, cada um em seu devido cesto, e "lixo humano" em habitação social, prisão, manicômio, é essa normalidade que nos mata, pois nos divide cada vez mais. Como se pessoas fossem algum tipo de lixo, jogadas as traças e muito longe da cidade. Ainda falam aos sete ventos, "dar uma arquitetura de qualidade", onde? Cadê? Não vejo! A mesma arquitetura para todos, como se fossemos iguais. Somos iguais no que concerne os nossos direitos e deveres, mas diferentes em nossas individualidade e forma de ver o mundo, eu realmente acredito que cada pessoa tem uma forma própria de ver a vida, e que deve ser ouvida, a nossa opinião é reflexo dos nossos desejos, anseios, de quem somos e da vida que tivemos, e também daquela que queremos. Tchau era da mecanicidade!
Fachada dos Fundos do Copan, será que somos iguais?
   A setorização, que na escala urbana, trata muito mais de uma segregação, criando becos e guetos, bairros de luxo onde "pobres" não podem passar... Não crítico o intuito de gerar morada ou produção seriada aos que não tem condições, no entanto, a forma que ambas são geradas, no seu caráter mais intrínseco, igualdade. O direito de uma arquitetura que expressa o Ser na sua individualidade dentro de um contexto maior, um contexto coletivo. De forma alguma proponho uma miscelânea ao "samba do crioulo doido", mas uma composição harmônica de vários elementos, que juntos formam um todo, cooperatividade.
   A respeito da produção seriada, penso que mesmo elementos, podem gerar uma série de combinações diferentes. Consome tempo? Sim, claro. Mas devemos mensurar até quando a vida das pessoas é mais importante do que o tempo gasto. Dar oportunidade do usuário falar se expressar, é só o que basta.
   Não uma maneira de enriquecer a construção civil, uma forma de barrar o processo tosco, repetitivo, não pensado.
                
                                                                                                                                          Marco A Zoch

09 dezembro 2011

Multifacetada Arquitetura



   Já faz algum tempo em que a arquitetura vive um paradoxo. A construção de uma linguagem própria, seja de um país, ou de uma determinada região, ou até mesmo de um indivíduo, na arquitetura foi colocada em questão. A arquitetura que outrora se tornou tão racional/funcional, provou ser ineficaz ao trabalhar com humanos. Por quê? Infelizmente, não somos máquinas, temos gostos diferentes, características diferentes,
cada um de nós é peculiar na sua maneira de ser, e desejamos sim, ver nosso reflexo no mundo. 
Arquitetura repetitiva, minha casa, minha vida, como transformar um ser humano
em apenas um problema para resolver.
   Pergunto então, como uma arquitetura repetitiva pode gerar uma linguagem individual? Impossível. A aqueles que acreditam ver diferença de um projeto ao outro, existem sim diferenças, mas como elas aparecem na Macro-escala, em um contexto global? Iguais. 

   Habermas defende amplamente o modernismo, considera este um projeto inacabado. No entanto, tem como meta buscar aquilo que nos une sem retirar nossas diferenças, direitos iguais, sem o dever de ser igual, aceitar as diferenças. O modernismo da atualidade, em nenhum instante, busca alternativas diversificadas das já desenvolvidas em seu auge, é nas vertentes posteriores ao modernismo, que podemos perceber uma forte necessidade de uma imagem própria.
   Mas quais sãos as implicações de uma sociedade igual ? Existem apenas lados negativos? Jamais. Uma sociedade igual, possui uma identidade global, portanto, é mais tolerante e busca através da colaboração de todos uma união. Essa união que na nova era é extremamente importante, também tem seus lado negativos no que concerne a nossa individualidade, o nosso direito de ser quem somos...

Esse é o paradoxo da arquitetura na atualidade, mas só o tempo é capaz de mostrar qual o rumo certo a tomar...

Marco A Zoch